Como se sabe, o MPS (Master Production Schedule) possuí grande importância para o bom funcionamento dos processos do gerenciamento da cadeia de suprimentos SCM (Supply Chain Management). Esta, por sua vez, é uma área crucial para o sucesso de qualquer empresa. Nesse contexto, elaborar o MPS é um desafio complexo, que envolve muitas áreas, muitos processos e em alguns casos, diferentes tecnologias. Como estamos descrevendo uma lógica de desdobramento operacional de um processo robusto de previsão de demandas e operações, os seguintes desafios são postos à mesa: qualidade da previsão da demanda, coerência da capacidade produtiva, políticas de estoque bem definidas e colaboração entre áreas de apoio.
A previsão de demanda é um dos principais desafios enfrentados na elaboração de um MPS eficiente, uma vez que se trata de uma estimativa do volume de vendas e da demanda esperada para um determinado período. A demanda pode ser influenciada por diversos fatores, como a mudança nos padrões de consumo dos clientes, as flutuações do mercado, sazonalidade, mudanças na concorrência, entre outros. Para superar esse desafio, é importante adotar uma abordagem baseada em dados, utilizando modelos matemáticos e estatísticos para prever a demanda futura. Esses modelos podem ser baseados em análises históricas de vendas, dados econômicos, tendências de mercado e informações do setor.
Outro desafio é a definição da capacidade produtiva necessária para atender à demanda prevista. É importante considerar fatores como a disponibilidade de recursos, a capacidade de produção de cada máquina e a disponibilidade da mão-de-obra. Ter sistema de planejamento de capacidade permite avaliar a capacidade real da empresa e fazer ajustes necessários para atender à demanda prevista. Isso envolve avaliar a capacidade de cada recurso, como equipamentos e funcionários, para determinar se a empresa tem os recursos necessários para produzir a quantidade de produtos requeridos. Em cenários com multi plantas, essa agregação de disponibilidade se faz ainda mais necessária e complexa, pois por vezes depende de integração entre sistemas, restrições de produção específicas e principalmente, depende da disseminação da cultura de planejamento.
O planejamento de estoque desempenha um papel crucial no sucesso do MPS, pois é necessário encontrar um equilíbrio entre manter um estoque suficiente para atender à demanda e minimizar os custos de armazenamento e gerenciamento. Para garantir a eficiência e a aderência à estratégia como um todo, é fundamental contar com uma política de estoque coerente e dinâmica, que leve em consideração o comportamento da demanda. Isso significa que a empresa precisa estar preparada para ajustar o seu planejamento de estoque de forma rápida e eficiente, com base nas mudanças do mercado e nas flutuações da demanda.
A comunicação e colaboração são elementos-chave para o sucesso do MPS, já que envolve a coordenação e integração de diferentes departamentos dentro da empresa, como por exemplo: Produção, Vendas, Planejamento, Compras e Logística. É necessário estabelecer canais de comunicação claros e eficazes para garantir que todos os departamentos envolvidos no processo possam compartilhar informações relevantes e se comunicar de forma rápida e eficiente. Além disso, é importante que a área de PPCP (Planejamento, Programação e Controle de Produção) seja a grande protagonista deste processo, incentivando a colaboração e o trabalho em equipe, buscando integrar os departamentos e garantir que todos estejam alinhados com os objetivos e metas da empresa.
Dentre as estratégias para elaborar um MPS de produção eficiente, destaca-se contar com uma área de PPCP forte e bem estruturada. Essa área deve ter autonomia e ferramentas adequadas para o desdobramento e controle dos processos críticos, incluindo a colaboração com o processo de previsão de demanda, dominar sistemicamente os parâmetros da capacidade produtiva e estabelecer uma política robusta de estoques. Além disso, é importante que o PPCP tenha uma visão sistêmica e seja capaz de orquestrar de forma proativa as demais áreas de apoio da empresa, garantindo uma abordagem colaborativa e voltada para os resultados da organização. Com essa estratégia, é possível maximizar a eficiência do Plano Mestre de Produção e garantir a competitividade da empresa no mercado.
Para saber mais sobre como o tema pode ajudar a sua empresa a ter sucesso, consulte mais conteúdos como esse no nosso site ou converse com nossa equipe de especialistas.
Leia mais em:
O Papel do Plano Mestre de Produção na Gestão Eficaz da Cadeia de Suprimentos
O que é MPS?
Como a Definição de Lotes Econômicos pode ajudar a melhorar a gestão dos estoques e a reduzir o tempo de entrega ao cliente
Os desafios e soluções para a definição de lotes econômicos em empresas de diferentes setores e tamanhos
Fontes:
1 - "A hybrid MPS-MRP approach for production planning and scheduling in multi-stage batch production systems" (2021) por Chengbin Chu e Jianhua Zhong.
2 - "A multi-objective optimization approach for the master production scheduling problem with fuzzy demand and setup times" (2020) por Seyed Mehdi Saghaian Nejad e Hossein Mahlooji.
3 - "Master production scheduling: literature review and directions for future research" (2020) por Huynh Trung Luong e Seungchul Lee.
4 - "Optimizing the master production schedule with deep reinforcement learning" (2020) por Jack Kosaian, Alexei Bastidas, e David Simchi-Levi.
5 - "Modeling the robust master production scheduling problem under uncertainty" (2019) por Sara Matin e Mohamad Zandi.
6 - "Master production scheduling problem: state-of-the-art and future research directions" (2019) por Rong Qu, Fang Dong, e Zhenming Zhang.
Referências Bibliográficas:
1 - Vollmann, T. E., Berry, W. L., Whybark, D. C., & Jacobs, F. R. (2005). Manufacturing planning and control systems for supply chain management (5th ed.). New York: McGraw-Hill/Irwin.
2 - Gupta, S., & Maranas, C. D. (2003). Managing demand uncertainty in supply chain planning. Computers & Chemical Engineering, 27(8-9), 1239-1256.
3 - Domschke, W., Drexl, A., & Klein, R. (2010). Production and logistics. Springer.
4 - Wacker, J. G. (1998). A definition of theory: research guidelines for different theory-building research methods in operations management. Journal of Operations Management, 16(4), 361-385.
5 - Kallrath, J. (2004). Planning and scheduling in manufacturing and services. Springer.
6 - Berry, W. L., Whybark, D. C., & Vollmann, T. E. (1984). Manufacturing planning and control: the evolution of MRP and JIT. Management Science, 30(4), 461-477.
Sobre o autor:
Consultor APS da LSB