Crescimento é um bom sinal, certo? Ainda mais para um gestor de produção que vê o volume de pedidos aumentando, e a equipe comemorando o sucesso. Mas essa felicidade vem um acompanhada de um certo receio. As máquinas estão trabalhando a todo vapor, e o cenário atual, mesmo que positivo, não parece sustentável por muito tempo. Então surge a pergunta: como aumentar a capacidade produtiva para atender essa demanda que está crescendo?
É hora de adicionar um turno extra? Comprar uma máquina nova? Ou será que existem outras alternativas? Esse questionamento precisa ser muito bem analisado. Vamos explorar alguns cenários possíveis.
Quando a demanda é maior do que podemos produzir, as soluções “imediatas”, como novos turnos ou compra de equipamentos, são só o começo da discussão. Muitos fatores estão envolvidos e, às vezes, a melhor escolha acaba passando por muitas variáveis, como capacidade financeira, o envolvimento das equipes e a flexibilidade dos processos.
Vamos dar um passo para trás e explorar melhor essas opções.
A primeira ideia pode ser aumentar a produção com mais um turno. Se já temos as máquinas disponíveis, pode parecer uma solução fácil. Mas não se esqueça: todas as decisões na gestão da produção têm suas implicações.
O fator humano: tem gente disponível para operar esse novo turno? Contratar e treinar pessoas novas exige tempo e dinheiro. Além disso, em áreas que precisam de mão de obra qualificada, como eletrônicos ou veículos, exigem algumas habilidades específicas dos operadores.
Custo das horas extras: usar os funcionários que já estão alocados pode aumentar os custos! Segundo Slack et al. (2016), o uso prolongado de horas extras pode elevar gastos operacionais e diminuir a eficiência dos operadores. Isso não só impacta na qualidade da execução e na produtividade como ainda aumenta o risco de acidentes.
Essas decisões não podem ser feitas sem análise. A adição de um turno deve ser bem planejada para evitar que problemas como os custos de horas extras e a sobrecarga da equipe se tornem ainda maiores a médio e longo prazo.
Investir em equipamentos novos pode melhorar bastante a capacidade produtiva. No entanto, essa decisão precisa ser analisada com calma.
O custo inicial e a manutenção: temos alguns custos a considerar, sendo o primeiro deles o valor de investimento inicial do equipamento. Além disso, existem também os gastos contínuos, como a manutenção, a operação e o treinamento. O ROI (retorno sobre o investimento) precisa ser avaliado para garantir que o equipamento trará resultados que justifiquem o investimento no longo prazo.
A sazonalidade da demanda: a empresa precisa mesmo desse maquinário todo ano? Se a demanda for temporária, pode acontecer de ele ser usado somente por alguns meses, e depois virar um custo fixo sem justificativa. Empresas em setores sazonais, como o de moda ou de alimentos, devem avaliar se o investimento continuará fazendo sentido quando a demanda voltar ao normal.
Tratando de capacidade produtiva, existem muitas possibilidades! Nem sempre precisamos aumentar fisicamente a capacidade. Às vezes, é possível conseguir o uma melhora ajustando os processos, renegociando prazos ou até realocando a produção.
Reorganização da produção: a melhoria da eficiência interna pode liberar bastante capacidade! Reduzir tempos de setup, otimizar o sequenciamento da produção ou revisar fluxos de trabalho são possíveis soluções que não demandam gastos com novos equipamentos ou turnos.
Por exemplo: numa fábrica de produtos plásticos com diferentes moldes, reorganizar os tempos de setup e ajustar o sequenciamento da produção pode gerar cerca de 20% mais capacidade apenas com as máquinas já existentes!
Negociação dos prazos de entrega: se a demanda for temporária e houver flexibilidade nos prazos, essa alternativa pode ser eficaz. Essa decisão deve ser a última alternativa, baseada em simulação de cenários e avaliação de impactos, uma vez que a mudança de prazos pode afetar diretamente a credibilidade da empresa perante seus clientes, além de poder resultar em punições contratuais.
Realocação da produção: quando se tem uma unidade tem capacidade ociosa e outra que está no limite, redistribuir parte da produção pode aliviar essa pressão. Esse remanejamento também pode ser feito para empresas terceirizadas com o mesmo fim. Mas cuidado: a realocação traz desafios logísticos, como transporte entre unidades, custos adicionais e, em alguns casos, a necessidade de ajustes na linha de produção de outras fábricas.
Decisões complicadas como essas não devem ser feitas no “achismo”. Ferramentas como o Plannera Demand podem ajudar muito com o planejamento de demanda e operações, permitindo uma previsão mais assertiva e um melhor planejamento do uso dos recursos a fim de evitar desperdícios.
Já na perspectiva do controle da capacidade, ferramentas como Opcenter APS ajudam a prever os efeitos dessa demanda ao longo do tempo dentro da fábrica. Assim, as decisões são tomadas de forma mais estratégica, seja introduzindo novos turnos, comprando um outro maquinário ou repensando prazos e processos.
Usando dados gerados pela fábrica, podemos simular diferentes cenários aqui mesmo! Isso ajuda a entender os impactos diretos nos custos na eficiência e nos prazos de entrega. Essa análise detalhada é importante para garantir que as escolhas feitas sejam adequadas não apenas agora mas também no futuro da empresa.
Você pode entender um pouco mais sobre essas ferramentas falando com um de nossos consultores clicando aqui.
Autor:
Consultor APS na LSB