Estoques em Processo... como o PPCP pode ajudar a reduzí-los
22 jun 2020 às 09:37 - 9317 Visualizações
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O PPCP é um setor extremamente estratégico dentro das empresas. Com base em suas atividades, é possível melhorar o desempenho das fábricas em diversos KPIs. Um dos indicadores onde existe oportunidade de melhoria é o estoque em processo.
Mas o que é o estoque em processo?
Estoque em processo, também chamado de “work in process” (WIP) é o nome dado a matéria prima que começou a ser processada em sua primeira atividade até o término em sua última operação, quando a partir deste momento passa a ser um estoque de produto acabado.
Todos os materiais envolvidos nestes processos, desde a matéria prima ou embalagens são considerados estoques em processo.
Como surge o estoque?
Muitos fatores contribuem para o surgimento e descontrole do estoque em processo, como:
FALTA DE SINCRONISMO: As falhas de sincronismo podem ter diferentes origens, tais como: má comunicação entre os setores da empresa como compras (desalinhamento entre momento correto para adquirir os materiais) e comercial (prioridades de produção), manutenções entre outros; estrutura de produtos complexas, compostos por numerosas operações e múltiplas dependências entre si que dificultam o sincronismo; falta de visibilidade da programação dos recursos, entre outros.
FALTA DE MATERIAIS: Um Item pode ser processado em sua primeira operação, e quando for para a próxima etapa o material necessário pode não estar presente. Desta forma o material semiacabado estará ocupando algum local da fábrica “parado” aguardando a chegada do componente necessário para voltar a ser produzido.
CONFLITO DE FERRAMENTAIS: Outro fator semelhante ao exemplo acima é a ausência de uma ferramenta. Após a primeira etapa, quando este produto for processado, em sua segunda operação, esta pode estar sem algum recurso secundário (clichê, moldes...), fazendo com que o produto também fique parado dentro da fábrica aguardando a liberação da necessidade para que finalmente possa continuar a ser produzido.
DESBALANCEAMENTO E GARGALOS PRODUTIVOS: o desbalanceamento entre a demanda de produtos e os respectivos equipamentos para produzi-la é mais um fator ocasionador de estoques em processos. Quando múltiplos produtos tem sua produção centralizada em um recurso com capacidade inferior a sua demanda acabam surgindo as filas, e estas filas fazem com que os materiais fiquem parados na fábrica aguardando o processamento. Todos os requisitos para a produção estariam disponíveis (matéria-prima, ferramentas, mão de obra) exceto o principal, o EQUIPAMENTO.
Quais os impactos causados?
A desorganização da fábrica nos exemplos anteriores é apenas um dos impactos causados pelo excesso de estoque em processo (WIP). Este cenário gera transtornos dentro da fábrica, causando perdas de tempo com movimentações desnecessárias, ocupação de espaço físico, sem contar o capital investido parado que poderia estar aplicado em rendimentos muito mais atrativos.
Se a análise for ainda mais profunda, vamos observar que essas “pausas” na produção vão gerar resultados ainda mais críticos, como atrasos nas entregas dos pedidos, gerando insatisfação e até mesmo a perda dos clientes.
Como reduzir o estoque em processo?
Como pode-se observar, o estoque em processo nasce, em sua maior parte, por problemas de conflitos de disponibilidade de recursos no chão de fábrica, como mão de obra, materiais e ferramentais, além de desbalanceamentos de capacidade. Eliminar estes conflitos é um dos principais objetivos da programação da produção, realizada pelo PPCP. E é através de melhorias neste processo que podemos minimizar o WIP.
Para que seja possível realizar uma boa programação da produção, os cadastros dos SKUs (Stock Keeping Units, códigos únicos usados por comerciantes para identificar tipos de produtos e variações) devem estar corretos, contendo sua estrutura de produto, roteiros e tempos de produção devidamente acurados. Os dados de estoque de MP precisam, da mesma forma, estarem corretos.
Posteriormente, quando o PPCP for gerar a programação, as informações de prioridades devem estar claras e objetivas, para haver o mínimo possível de alterações durante a produção, evitando que itens fiquem semi-acabados aguardando processo.
Esta atividade de gerar a programação é o fator chave na hora de reduzir o estoque em processo. Quanto maior a variabilidade de SKUs e o número de operações (fases/etapas) que eles possuírem, maior vai ser o desafio na hora de realizar a programação.
Desta forma, quanto maior for a visualização da programação da produção, menores são as chances de erros e reprogramações.
Com uma operação alinhada desde a previsão da demanda até (e principalmente) a programação fina da produção certamente será possível obter êxito na redução do estoque em processo.
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